espiritualidade e devoção
Fulgêncio (nasceu em Thelepte, atual Medinet-el-Kedima, Tunísia, em 462 – morreu em Ruspe, em 1º de janeiro de 527). Pertencia à família de senadores Gordiani. Desde jovem desempenhou o ofício de procurador, que na administração civil dos Bárbaros consistia na arrecadação dos tributos. Atraído pela vida monástica, decidiu abraçá-la após a leitura do comentário de Santo Agostinho ao salmo 36.
Até o ano 499, pôs-se em viagem com ânimo de visitar os monges de Tebaida, no Egito. Mas, ao chegar à Sicília, alguns amigos o dissuadiram de continuar a viagem por causa da simpatía daqueles monges pela heresia monofisista. No ano 500, encontrava-se em Roma; em 502 foi nomeado bispo de Ruspe. Os Bárbaros o exilaram por duas vezes para Cerdeña, onde fundou alguns mosteiros.
Seus escritos estão plenos de ressonâncias agostinianas, até o ponto de ter merecido ser chamado de “Augustinus breviatus”. Também sua vida monástica se inspira no pensamento e exemplo de Agostinho. Amou de tal modo a vida em comum que não conseguia viver sem a companhia dos monges. Por esse motivo fundou vários mosteiros tanto em sua pátria como no exílio. Os agostinianos celebramos sua festa, pelo menos, desde o ano 1581. Fazemos memória deste santo como firme defensor da fé católica e animador apaixonado pela vida evangélica em comum.
Nasceu em Benigánim (Valência), no dia 09/01/1625 de uma família modesta. Muito jovem, ficou órfã de pai. Após vencer algumas dificuldades, entrou como irmã leiga no convento das agostinianas de Benigánim, em 25 de outubro de 1643.
Este convento pertence à observância descalça, fundada, dentro da Ordem, pelo Arcebispo de Valência, São João de Ribera, na diocese de Valência, em 1597. Sua vida foi marcada pela graça e por manifestações extraordinárias. Simples, humilde, toda dedicada aos trabalhos e serviços da comunidade e com grande espírito de contemplação.
De medíocres qualidades intelectuais e, ainda, analfabeta, seu dom de conselho e seus conhecimentos teológicos causavam admiração. Seus êxtases surpreendiam a todos. Diante destes fatos, foi promovida à irmã de coro, a 18/11/1663. Morreu em 21/01/1696. Seu nome de batismo era Josefa Teresa. Na Ordem, chamou-se Josefa Maria de Santa Inês. Comumente era chamada Madre Inês. Foi beatificada por Leão XIII em 1888. Seus restos são conservados no convento das Agostinianas de Benigánim.
Do comum das virgens, ou das santas mulheres: para religiosas.
O beato Estêvão Bellesini nasceu em Trento, a 25/11/1774 de família de classe média. Professou na Ordem Agostiniana em 31/05/1794. Viveu em tempos difíceis. Tendo sido suprimidas pelo governo as casas religiosas, na sua região, dedicou-se intensamente à atividade docente, num ambiente adverso à religião.
Soube conquistar a estima e a confiança das autoridades civis de Trento. Para permanecer fiel à vida comunitária, da qual foi um promotor convicto, na primeira oportunidade que teve, fugiu para Bolonha, renunciando ao cargo de inspetor das escolas primárias do distrito de Trento. Assim, respondeu à autoridade civil, que pedia que ele voltasse: O Senhor não faria este convite, se conhecesse a força dos vínculos sagrados dos religiosos unidos a Deus e ao Rei dos reis, a que jurei fidelidade perpétua diante do altar com os votos mais sagrados. Foi um excelente Mestre de noviços. Consagrou os últimos anos de sua vida ao ministério paroquial em Genezzano, onde morreu em 02/02/1840. Foi beatificado por São Pio X, em 1905. Do comum dos pastores ou dos santos homens: para religiosos.
Anselmo Polanco (nasceu em Buenavista de Valdavia, Palência, em 16/04/1881 – morreu em Pont de Molíns, Girona, em 07/02/1939) é uma das vítimas mais ilustres da perseguição anticatólica durante a guerra civil espanhola (1936-1939). Emitiu a profissão religiosa em Valladolid e foi ordenado sacerdote em 1904. Após ter trabalhado vários anos na formação dos religiosos e no ensino da teologia, em 1932, foi eleito provincial da província das Filipinas. No exercício de seu cargo, visitou todas as missões da província. Em 1935, foi nomeado bispo de Teruel - Albarracín, onde desenvolveu um intenso trabalho pastoral. Quando começou a guerra, permaneceu em Teruel, até que, em 1938, foi capturado pelos republicanos. Depois de mais de um ano de prisão, foi fusilado en Pont de Molíns, no dia 07/02/1939, juntamente com o vicário geral de sua diocese, dom Felipe Ripoll, rubricando com seu sangue sua fé em Cristo e sua fidelidade à Igreja como religioso e pastor. Foi beatificado em 1995 por João Paulo II.
Chamava-se Agostinha Camozzi. Filha de um médico ilustre de Osteno (Como), casou-se muito jovem com um trabalhador; pouco depois enviuvou. Apaixonou-se por ela um oficial do Exército, com quem teve um filho, que morreu pouco depois. Casada novamente com um camponês de Marians, diocese de Mântua, apaixonou-se por ela um outro homem que matou seu marido. Por esta e outras causas, o assassino foi condenado à morte. Agostinha resolveu mudar de vida. Escolhe Verona como residência e, ali, desejando imitar a Cristo, toma o nome de Cristina e faz profissão como agostiniana secular.
Sua vida de penitência foi extraordinariamente áspera. Sua oração e suas obras de misericórdia constantes. Viveu em diversos mosteiros de Agostinianas, mas afastava-se logo que percebia ser bem tratada e admirada. Em 1457, começou uma peregrinação a Assis, Roma e Jerusalém. Morreu, ao passar por Spoleto, no dia 13/02/1458, com grande fama de santidade. Suas relíquias se conservam na igreja ex-agostiniana de São Nicolau, em Spoleto. Gregório XVI confirmou seu culto em 1834.
Nasceu em Cássia de família ilustre, em torno de 1295. Ainda jovem entrou na Ordem. Com muito entusiasmo, dedicou-se às ciências naturais, físicas e químicas. Aconselhado por uma pessoa de bem, mudou de propósito e dedicou-se à ciência da graça. Foi um grande pregador e um dos maiores mestres de vida espiritual de seu tempo, na Itália. Sua doutrina exerceu uma grande influência. Morreu em Florença em 02/02/1348. Promotor da simplicidade e abnegação evangélicas, esforçou-se em não aceitar cargos, títulos e dignidades. Cheio de sinceridade, não admitia fingimentos e segundas intenções. Amante da solidão contemplativa, foi um incansável apóstolo, a serviço da obediência. Antes de tudo, a obediência, sempre que não se oponha à caridade. A obediência à Ordem e à comunidade e amor sincero para com os irmãos mantiveram-no firme na sua vocação, em meio a muitas provações. Formar Cristo em todos foi o motivo inspirador de sua vida. Seus restos conservam-se na igreja de Santa Rita, em Cássia. Gregório XVI confirmou seu culto em 1833.
A devoção e o culto a São José, especial protetor da Ordem, fez parte da espiritualidade agostiniana recoleta (cf. Const. 80). Esta devoção, tão difundida na Igreja, teve uma especial repercussão na Ordem. A veneração a São José era própria dos agostinianos. O capítulo geral de 1491, celebrado em Roma, ordenou: “Em todas as residências e conventos de nossa ordem se celebre o ofício de São José, cuja festa cai no dia 19 de março”. O capítulo geral intermédio dos Agostinianos Recoletos do ano 1669 declarou São José como protetor especial da congregação.
Em 1972 a congregação dos Agostinianos Recoletos obteve a faculdade de celebrar a festa do patrocínio de São José, no terceiro domingo de Páscoa, à imitação dos Descalços que já o haviam conseguido em 1700. Em 1948, a Ordem cria a Província de São José para que fosse “como uma lâmpada votiva ante o Castíssimo Esposo de Maria, para cumprir especialmente com o dever de honrá-lo em nome de toda a Ordem, e, ainda, tratando-se de seu titular e protetor, deverá depositar toda sua confiança em seu poderoso patrocínio, recorrendo a ele constantemente.”
Nasceu em Údine em torno do ano de 1396 da família Valentini. Adolescente de boas qualidades e edificante espírito religioso, casou-se muito jovem com Antônio Cavalcanti, do qual teve três filhos e três filhas. Em setembro de 1441, seu marido, desempenhando uma embaixada de sua cidade em Veneza, veio a falecer. Este fato levou-a a uma vida mais dedicada ainda ao Senhor. Entrou na Ordem, como agostiniana secular. Entregou-se às obras de misericórdia com sua ação e seus bens. Dedicava-se intensamente à oração, sobretudo na igreja agostiniana de Santa Luzia. Antes e depois da oração, dedicava grande tempo à leitura.
O Evangelho era sua leitura preferida. Amava de coração a Ordem e professava uma obediência exemplar ao Padre Provincial e aos demais superiores. Suportou pacientemente uma dolorosa enfermidade nos três últimos anos de vida. Morreu em 23/04/1458. O espírito de penitência, a humildade, a devoção à Paixão do Senhor, o amor à Eucaristia e o espírito de serviço ao próximo marcaram sua vida. Seus restos se conservam na catedral de Údine. Pio IX confirmou seu culto em 1848.
Em 1903, Leão XIII incluiu a invocação da “Mãe do Bom Conselho” na ladainha Lauretana. O culto à Virgem com o título de Mãe do Bom Conselho, difundido hoje pelo mundo inteiro, tem sua origem na cidade de Genazzano, situada às portas de Roma, onde existe um célebre Santuário. No dia 25/04/1467, um afresco que representava a Virgem com o menino que abraçava a Mãe, “apareceu de modo admirável” em uma parede da Igreja agostiniana que se encontrava em restauração. Imediatamente a Igreja se converteu em meta de peregrinações e a imagem estática da Virgem do Bom Conselho se difundiu pelo mundo inteiro.
Com razão, honramos à Maria com o título de Bom Conselho, já que ela é Mãe de Cristo, “O conselheiro admirável (Is 9,5), viveu sob a guia do Espírito de conselho e acolheu intimamente o eterno Conselho de recapitular todas as coisas em Cristo (cf. Ef 1,10). Ao honrar a Virgem do Bom Conselho, queremos implorar a Deus o dom do conselho, “para que nos faça conhecer o que agrada ao Senhor, e nos guie nos acontecimentos da vida”.
Durante a guerra civil espanhola (1936-1939), vários agostinianos recoletos selaram com seu sangue a fidelidade a Cristo e à Igreja. Entre o dia 25 de julho e 15 de agosto de 1936, foram assassinados sete religiosos do convento de Motril. Seus nomes são:
Vicente Soler, ex-prior geral, Deogracias Palácios, León Inchausti, José Rada, Julián Moreno e Vicente Pinilla, sacerdotes; e o jovem José Ricardo Diez, irmão. Os seis sacerdotes tinham trabalhado longos anos nas Filipinas, Brasil e Venezuela. Todos foram beatificados em 07/03/1999. Estes mártires nos deixaram um exemplo de vida consagrada aos irmãos, de zelo missionário e de amor a Cristo, no momento do Martírio.
Primogênita de quatro irmãos, Madre Maria de São José (Laura Alvarado Cardozo), venezuelana, nasceu no pitoresco povoado de Choroní, no estado de Aragua, em 25/04/1875. Laura desejava se consagrar a Deus em um convento de clausura. As circunstâncias impediram. Solicitou, então, permissão de seu confessor e, no dia 08/12/1892, à idade de 17 anos, fez o voto de perpétua virgindade. Este dia ela o celebraria ao longo de sua vida, assim como 13 de outubro, dia em que foi batizada, com uma jornada de retiro espiritual. Desde então, não teve outro ideal senão o da santidade: «Quero ser santa, mas santa de verdade». «Jesus meu, o ideal que persigo és tu e só tu». A chegada a Maracay, em 1892, do pároco Vicente López Aveledo foi providencial. Na cidade havia desencadeado uma terrível epidemia que semeou o luto e a desolação nas famílias. O pároco convidou a jovem Laura para colaborar no pequeno hospital que acabava de abrir para atender às vítimas da epidemia: a resposta de Laura foi entusiasta. Transferiu-se para o hospital, onde passou a viver, e entregou-se totalmente ao serviço dos enfermos. Seu trabalho foi tão eficaz que lhe foi confiada a direção. Ela era a animadora do grupo de jovens voluntárias conhecidas como as «Samaritanas». Dia 22/01/1902, Laura ratifica seu voto de virgindade e no dia 13 de setembro do ano seguinte pronuncia os votos perpétuos de pobreza, obediência e castidade. Na profissão, mudou seu nome pelo de Maria de São José. Em 1905, fundou em Maracay a primeira casa para órfãs. A ela seguiram outras fundações a um ritmo acelerado. Madre Maria, que dedicou sua existência ao cuidado dos anciãos e dos meninos desamparados nos quais via a figura de Cristo, deixou-nos uma mensagem de perene atualidade: dar acolhida aos mais pobres, aos mais fracos, aos marginalizados, com o mesmo amor com que ela os acolhia. Foi beatificada por João Paulo II em 07/05/1995, sendo a primeira venezuelana beatificada. A Família Agostiniana celebra sua memória no dia 7 de maio.
08 de Maio
Nossa Senhora da Graça
A virgem Maria se converteu em “Mater Gratiae”, no instante da saudação do anjo quando recebeu o título de “cheia de graça”. Enquanto mãe do único mediador, Jesus, é mãe do autor da graça e dispensadora de graça.
“Mater gratiae” é o título mais antigo no culto mariano da Ordem. O capítulo geral de 1284 prescreveu cantar ou recitar todos os dias em sua honra o cântico mariano noturno, conhecido entre nós com o nome de “Benedicta”, na qual se invocava: “tu, Mãe da Graça”. A antífona “Ave Regina Coelorum” que remonta o século XIII, também era dedicada a honrar a “Mãe da Graça”. O capítulo geral de 1377 ordenou a recitação do pequeno verso “Maria Mater Gratiae”.
Em 1807, concedeu-se à Ordem a festa da Virgem da Graça, que deveria ser celebrada no dia 1º de junho, passando depois para 8 de maio, na reforma de 2002.
Guillermo Tirry (nasceu em Cork, Irlanda, em 1608 – morreu em Clonmel, em 12/05/1654). Nasceu no seio de uma estimada família da cidade e viveu no tempo em que o governo inglês perseguia cruelmente os católicos. Os aspirantes à vida religiosa e ao sacerdócio se viam obrigados à expatriação para cursar os estudos teológicos, e só podiam regressar a seu país de modo clandestino.
Guillermo professou na Ordem aos 18 anos e cursou a carreira eclesiástica em Valladolid (Espanha), Paris e Bruxelas, ordenando-se sacerdote em 1636. Em 1638, regressou à Irlanda, onde desempenhou diversas atividades pastorais como ajudante do bispo de Cork, capelão e preceptor de famílias nobres. Em 1650, o governo inglês proibiu o culto católico e, em conseqüência, Guillermo se tornou um clandestino, procurado pela policia. Aprisionado no Sábado Santo, em 25 março de 1654, enquanto celebrava a missa, foi conduzido ao cárcere de Clonmel, julgado e condenado à morte. A sentença foi executada no dia 12/05/1654. Tinha, à época, 46 anos.
Morreu pela liberdade e pela verdade católica. Foi beatificado por João Paulo II no dia 27/11/1992.
Devida à grande hostilidade entre a mulher e a serpente que, por decreto de Deus, acompanha a historia humana desde suas origens (Gn 3,1-6,23-15) até o fim dos tempos (Ap 12,1-3,7-12.17), a bem-aventurada Virgem Maria defende e assiste incessantemente a Igreja, nutrindo a fé dos cristãos e socorrendo-lhes em suas necessidades.
A devoção à Virgem, com o título de Socorro, apareceu nos primeiros anos do século XIV na Igreja de Santo Agostinho de Palermo, da qual se difundiu para toda a Ordem, de modo especial na Itália, Espanha e América Latina. Na primitiva representação iconográfica, sobretudo em Itália, a Virgem do Socorro aparecia com o menino nos braços, em atitude de expulsão do demônio com um bastão. Posteriormente, a iconografia varia muito de paίs e de época. A ordem introduziu a memória da Virgem do Socorro em sua liturgia no ano 1804.
Seus nomes estão intimamente ligados ao de Santo Agostinho, como religiosos e como bispos. São os dois melhores representantes da herança monástica do Santo.
Alípio nasceu em Tagaste (hoje Souk Ahras, Argélia). Com Santo Agostinho, partilhou os erros da juventude, a conversão, a vida religiosa e as fadigas do apostolado. Agostinho o chama “irmão de meu coração”. Estudou Direito em Roma. Santo Agostinho o descreve como pessoa de índole religiosa, de grande inteireza e imparcialidade por seu amor à justiça. Viajou para o Oriente, onde conviveu, para resolver certas dificuldades, com São Jerônimo. Foi escolhido bispo de sua cidade natal, em torno de 394, antes que Santo Agostinho fosse nomeado para Hipona.
Os relacionamentos de Possídio com Santo Agostinho e Santo Alípio parecem ter começado nos primeiros tempos da fundação do mosteiro de homens em Hipona. Primeiro biógrafo de Santo Agostinho, declara em sua obra que viveu “com ele em suave familiaridade durante quase 40 anos”. Foi nomeado bispo de Calama, por volta de 397. Para defender a vida eclesial, viajou duas vezes à Itália. Com Agostinho, Alípio participou dos concílios da África. Entre os seis escolhidos por 266 bispos católicos para falar em seu nome na famosa conferência de católicos e donatistas, celebrada em Cartago em 411, estavam os três. A morte de Alípio costuma ser colocada em 430; a de Possídio, por volta de 437. A Ordem celebra seu culto desde 1671. Esta concessão foi confirmada por Clemente X com o Breve “Alias a Congretione”, de 19/08/1672.
Nasceu em torno de 1297. Entrou na Ordem aos 19 anos. Terminados os estudos em Paris, passou a maior parte de sua vida em Tolosa. Bom pregador, dedicou-se de forma especial aos pobres. Sua vida foi de grande mortificação.
A melhor definição de sua vida poderia ser dada, afirmando que era um homem de oração, tanto em casa como em viagens. “Orar ou contemplar ou falar de Deus” era sua atividade preferida. Morreu em Tolosa a 18 de maio de 1369. Leão XIII confirmou seu culto em 1893.
O beato Clemente nasceu em Ósimo. Foi Provincial da Província de Marca de Ancona e Prior Geral de 1271 a 1274. Desempenhando este cargo, morreu em 08/04/1291. Distinguiu-se pela caridade fraterna, espírito de pobreza e mansidão. Seus restos conservam-se na capela da Cúria Geral da Ordem de Santo Agostinho.
O beato Agostinho nasceu em Tarano (Rieti). Estudou Direito na universidade de Bolonha. Fez parte da corte do rei Manfredo da Sicília. Entrou na Ordem como irmão não clérigo, escondendo sua cultura e posição social. O amor à justiça e à comunidade frustrou seus planos e sua fama foi descoberta. O beato Clemente o destinou à Cúria e fez que se ordenasse sacerdote. Foi também penitenciário da corte pontifícia. Eleito Prior Geral em 1298, renunciou em 1300, retirando-se ao convento de São Leonardo (Siena). Morreu em 19/05/1309 ou 1310. Distinguiu-se pela humildade, pelo zelo, pela observância religiosa e pelo amor à contemplação no retiro da vida comunitária. Seus restos conservam-se na igreja de Santo Agostinho de Siena. Obra conjunta dos dois Beatos foi a revisão das Constituições da Ordem, chamadas de Ratisbona, que os tornou célebres na história da Ordem. Seu culto foi confirmado por Clemente XIII, respectivamente em 1761 e 1759.
Nasceu em Roccaporena (Cássia), em torno de 1380. Foi filha única. Jovem ainda, quis entrar na vida religiosa. Diante da insistência de seus pais, casou-se, aos quatorze anos, com um jovem de família importante, mas de caráter áspero. A bondade de Rita venceu as asperezas do marido e tornou possível uma vida de paz e concórdia. Após 18 anos de casamento, seu marido foi assassinado. Rita não só perdoou os assassinos, como expôs a Deus seus desejos: Preferia ver mortos seus filhos a vê-los vingar a morte de seu pai.
Pouco depois, morreram seus filhos. Rita ficou sozinha, mas com o coração cheio de amor, decidiu realizar os sonhos de sua juventude: ser religiosa. Depois de muitas contrariedades, conseguiu ser admitida no mosteiro agostiniano de Santa Maria Madalena de Cássia. Foi religiosa uns quarenta anos.
Durante os últimos quinze anos, levou o estigma de um espinho da Paixão do Senhor. Morreu na noite de sábado 22/05/1457, segundo o calendário atual. Foi característica de Rita passar por todos os estados da vida, superando o sofrimento com amor generoso e com um profundo espírito de penitência e sendo sempre mensageira de paz e reconciliação.
Nasceu em Viterbo em torno do ano de 1255. Realizou os estudos teológicos em Paris, onde teve por mestre o grande agostiniano Frei Gil de Roma. Obteve o doutorado e ensinou em Paris e Nápoles. Em 1302, foi nomeado bispo, primeiro de Benevento, e depois, a 12 de dezembro, de Nápoles.
Escreveu obras importantes.
Nelas, manifesta-se, como em sua vida, seu amor à Igreja e à doutrina de Santo Agostinho. Morreu em Nápoles, no final de 1307 ou início de 1308. Seu culto foi confirmado por São Pio X em 1911.
Nasceu por volta de 1430 em Sahagún (León) de uma família distinta. Ainda jovem, seu pai conseguiu para ele um benefício eclesiástico, unicamente com finalidade econômica. João o recusou, com muito pesar da família. Isto não estava em seus planos e era contrário a suas convicções. Levando em conta seu ideal, foi colocado a serviço do bondoso Bispo de Burgos, Afonso de Cartagena, que o ordenou sacerdote.
A vida de sacerdote não trouxe satisfação a seu ideal. Nem a promessa de ser cônego o reteve. Desejando uma entrega mais completa a Deus, dirigiu-se a Salamanca, onde, ao mesmo tempo que continuava seus estudos, dedicou-se à pregação. Procurando realizar o ideal de perfeição, entrou na Ordem Agostiniana em 18/06/1463, emitindo seus votos a 28/08/1464.
Cheio de humildade e sinceridade, foi um infatigável pregador, promotor da paz e da convivência social e defensor dos direitos dos humildes e trabalhadores. Foi profundamente devoto da Eucaristia. Morreu em Salamanca em 11/06/1479. Suas relíquias conservam-se na catedral da mesma cidade.
Nasceu em Como por volta de 1415. Movida de grande amor pelo Senhor, entrou numa casa religiosa fundada fora dos muros da cidade, num local chamado Brunate. Esta casa nasceu sob a Regra de Santo Agostinho. Cresceu muito com a admissão de varias jovens e transformou-se num convento que recebeu o nome de Santo André, com a Regra de nosso Pai. Madalena considerava uma glória pertencer à Ordem Agostiniana.
Em 1455, a Congregação Agostiniana da Lombardia aceitou a jurisdição desta comunidade, o que foi aprovado definitivamente pelo Papa Pio II em 16/07/1459. Madalena foi uma admirável propagadora da vida agostiniana. Graças à sua ação, muitas consagradas, que tinham vida comum, passaram à vida religiosa da Ordem. Desta forma, cresceu de modo notável a família agostiniana. As irmãs que conviviam com ela eram aconselhadas a uma perfeição mais elevada e a sempre preferir o caminho da humildade.
Atribui-se a ela a fundação de uma fraternidade de agostinianos seculares em Como. Depois de brilhar por suas virtudes, morreu em maio de 1465, provavelmente no dia 15. São Pio X confirmou seu culto em 1907. Seus restos conservam-se na catedral de Como.
Morreu em Rieti, aos dezessete anos, em torno de 1316. Era filho único. Distinguiu-se pela simplicidade, inocência e por seu amor e dedicação aos irmãos. Suas relíquias conservam-se na igreja de Santo Agostinho de Rieti. Seu culto foi confirmado por Gregório XVI, em 1832.
Nasceu em torno de 1268 em Montefalco (Perusa), onde passou toda a vida. Aos seis anos, entrou numa reclusão habitada por sua irmã Joana e outras companheiras. Esta pequena comunidade trasladou-se, em 1290, para uma nova casa, transformada em mosteiro sob a Regra de Santo Agostinho. Clara seguiu suas companheiras.
Morta sua irmã a 22/11/1291, sucedeu-lhe no cargo de Abadessa, até a morte, no dia 17/08/1308. Em sua vida pessoal e como Abadessa, viveu exemplarmente a vida comunitária exigida pela Regra de Santo Agostinho. Ensinava às irmãs a necessidade da renúncia e do esforço pessoal para construir o edifício da vida espiritual.
Dotada de ciência infusa, defendeu corajosamente a doutrina da fé. Distinguiu-se pelo amor à Paixão do Senhor, dando um lugar de honra à devoção da Santa Cruz. No final de sua vida, afirmava ter no seu coração a Cruz de Cristo. Após sua morte, conta-se, encontraram-se no seu coração as insígnias da Paixão do Senhor. Seu corpo se conserva na igreja das Agostinianas de Montefalco.
19 de Agosto
Santo Ezequiel Moreno
Nasceu em Alfaro (Logronho, Espanha), no dia 09/04/1848. Aos dezessete anos, no dia 22/09/1865, emitiu a profissão religiosa na Ordem dos Agostinianos Recoletos e foi ordenado sacerdote em Manila em 03/06/1871. Os primeiros quinze anos sacerdotais, cheios de ardente zelo apostólico, transcorreram nas Filipinas. De 1888 até pouco antes de sua morte, dedicou sua multiforme atividade à Colômbia. Restaurou a Província da Candelária, deu início a uma nova fase missionária, foi o primeiro Vigário Apostólico de Casanare e, desde 1896, Bispo de Pasto. Uniu uma caridade sempre disponível a uma grande fortaleza de ânimo, mormente quando se tratava dos interesses de Cristo e da Igreja. Foi grande devoto do Sagrado Coração e mostrou sempre um intenso amor a Ordem. Morreu no convento de Monteagudo (Navarra, Espanha), onde professara e onde fora prior, em 19/08/1906. Foi beatificado por Paulo VI no dia 01/11/1975. Canonizado por João Paulo II em 11/10/1992, em Santo Domingo, República Dominicana, no V Centenário da Evangelização da América, durante a IV Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano. É denominado o “santo da nova evangelização”.
26 de Agosto
Santos Liberato, Bonifácio e Companheiros
Entre os mosteiros africanos, que a Ordem considerou fundamentalmente de inspiração e vida agostinianas, tem especial importância, pelo martírio de seus religiosos, os de Gafsa, em Túnis. Após o edito do rei Hunerico, em 484, mandando entregar os mosteiros e seus moradores aos mouros, foram presos os sete membros deste mosteiro. Enfrentando as provações, foram martirizados em Cartago, dando grande exemplo de fortaleza na fé e de unidade fraterna. A celebração do ofício foi concedida à Ordem, em 06/06/1671.
Nasceu em Alfaro (Logronho, Espanha), no dia 09/04/1848. Aos dezessete anos, no dia 22/09/1865, emitiu a profissão religiosa na Ordem dos Agostinianos Recoletos e foi ordenado sacerdote em Manila em 03/06/1871. Os primeiros quinze anos sacerdotais, cheios de ardente zelo apostólico, transcorreram nas Filipinas. De 1888 até pouco antes de sua morte, dedicou sua multiforme atividade à Colômbia. Restaurou a Província da Candelária, deu início a uma nova fase missionária, foi o primeiro Vigário Apostólico de Casanare e, desde 1896, Bispo de Pasto. Uniu uma caridade sempre disponível a uma grande fortaleza de ânimo, mormente quando se tratava dos interesses de Cristo e da Igreja. Foi grande devoto do Sagrado Coração e mostrou sempre um intenso amor a Ordem. Morreu no convento de Monteagudo (Navarra, Espanha), onde professara e onde fora prior, em 19/08/1906. Foi beatificado por Paulo VI no dia 01/11/1975. Canonizado por João Paulo II em 11/10/1992, em Santo Domingo, República Dominicana, no V Centenário da Evangelização da América, durante a IV Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano. É denominado o “santo da nova evangelização”.
26 de Agosto
Santos Liberato, Bonifácio e Companheiros
Entre os mosteiros africanos, que a Ordem considerou fundamentalmente de inspiração e vida agostinianas, tem especial importância, pelo martírio de seus religiosos, os de Gafsa, em Túnis. Após o edito do rei Hunerico, em 484, mandando entregar os mosteiros e seus moradores aos mouros, foram presos os sete membros deste mosteiro. Enfrentando as provações, foram martirizados em Cartago, dando grande exemplo de fortaleza na fé e de unidade fraterna. A celebração do ofício foi concedida à Ordem, em 06/06/1671.
Entre os mosteiros africanos, que a Ordem considerou fundamentalmente de inspiração e vida agostinianas, tem especial importância, pelo martírio de seus religiosos, os de Gafsa, em Túnis. Após o edito do rei Hunerico, em 484, mandando entregar os mosteiros e seus moradores aos mouros, foram presos os sete membros deste mosteiro. Enfrentando as provações, foram martirizados em Cartago, dando grande exemplo de fortaleza na fé e de unidade fraterna. A celebração do ofício foi concedida à Ordem, em 06/06/1671.
Nasceu em Tagaste (Argélia), em 331, de uma família de boa posição social e profundamente cristã. Casou-se, jovem ainda, com Patrício, que não era cristão. Patrício era um modesto proprietário de Tagaste e membro do conselho municipal. Mônica era uma mulher forte. De fé ardente, de firme esperança, de inteligência brilhante, sensível às exigências da convivência, assídua na oração e na meditação da Sagrada Escritura, encarna o modelo de esposa ideal e de mãe cristã. Graças à sua paciência e exemplo, Patrício abraçou a fé. Conseguiu a conversão de Santo Agostinho, “o filho de tantas lágrimas”. Exultante de alegria, está presente no seu batismo. Quando se preparava para voltar à África, morre em Óstia Tiberina (Roma), no mês de outubro provavelmente, antes do dia 13/11/387, aos 55 anos de idade. Alguns dias antes, mãe e filho tiveram a experiência do êxtase de Óstia. Nele chegaram a tocar por momento, num vôo do coração, a Sabedoria criadora de todas as coisas, lá deixando as primícias do espírito.
No século XII, começou-se a celebrar sua memória litúrgica a 4 de maio. Com o advento da reforma litúrgica, celebra-se, com a Igreja universal, em 27 de agosto. Suas relíquias são veneradas na igreja de Santo Agostinho de Roma.
A vida de Santo Agostinho (354-430) se desenvolve numa época de crise e transição.
Desmoronava o império romano sob a pressão das invasões dos bárbaros. No dia 28 de agosto Hipona estava sitiada. Agostinho morria vivendo profundamente aquele drama de dor. Embora confiasse em Deus, não podia ficar alheio aos sofrimentos de seu povo.
Desde sua ordenação sacerdotal (391), mas sobretudo desde a ordenação episcopal (395), identificara-se com a causa de Deus no serviço da Igreja. Procurar a unidade eclesial foi sua grande preocupação. Fundou comunidades religiosas para viver em profundidade esta unidade e quis que elas fossem sinal e fermento desta unidade.
Na expressão de São Possídio, Agostinho, depois de sua morte, permaneceu triunfalmente vivo nos livros que legou à posteridade. Seus restos se conservam na igreja agostiniana de São Pedro, no “Ciel d'oro”, de Pavia.
A bem-aventurada Virgem Maria é venerada como Mãe da Consolação, porque através dela “Deus mandou ao mundo o Consolador”, Cristo Jesus. A participação nas dores da paixão de seu Filho e nas alegrias de sua ressurreição a põem em condição de consolar a seus filhos em qualquer aflição que se encontrem. Depois da ascensão de Jesus Cristo, em união com os Apóstolos, implorou com ardor e esperou com confiança o Espírito Consolador. Agora, elevada ao céu, “brilha ante o povo peregrino de Deus como sinal de segura esperança e consolação”. (LG 69).
Desde o século XVII, “Mãe da Consolação” ou “Mãe da Correia” é o título principal com que a Ordem agostiniana honra a Virgem. Em 1439, obteve a faculdade de erigir para os leigos a “confraria da cintura”. Uma antiga lenda, nascida no seio da Ordem, narrava que a Virgem tinha aparecido a Santa Mônica, afligida pela sorte de Agostinho, consolando-a e dando-lhe uma correia, a mesma com que depois se cingiriam Agostinho e seus frades. De ordinário, a iconografia representa a Virgem e o menino no ato de entregar correias, respectivamente, à Santa Mônica e a Santo Agostinho. Em 1945, surgiu na Igreja agostiniana de Bolonha a confraria de “Santa Maria da Consolação”. Em 1575, ambas as confrarias se fundiram em uma única arquiconfraria da Correia, a que os papas enriqueceram com abundância de indulgências.
A proteção da Mãe da Consolação nos dá serenidade e consolo nas provas para que, também nós, possamos consolar a nossos irmãos.
São Nicolau de Tolentino nasceu em Sant'Angelo in Pontano (Macerata, Itália), em meados do século XIII, de uma família modesta. Professou na Ordem muito jovem. Sua figura é a de um religioso sacerdote simples, cheio de caridade para com seus irmãos e para com o povo de Deus, e fiel cumpridor das exigências da profissão religiosa.
Visitava e socorria com grande esmero os doentes e pobres, e não se envergonhava de pedir esmola para o sustento da comunidade. Pregador de notável eficácia, sua direção espiritual era muito procurada. Passou quase totalmente os 30 anos de sua vida em Tolentino, onde morreu no dia 10/09/1305.
Foi grande seu espírito de oração e penitência, assim como sua devoção às almas do purgatório. Foi muito celebrado por seus milagres. Foi canonizado pelo Papa Eugênio IV, em 1446. Suas relíquias conservam-se no seu santuário de Tolentino.
Nasceu em Oropesa (Toledo) em 10/10/1500. Enviado por seus pais para estudar na Universidade de Salamanca, entrou, com seu irmão Francisco, no noviciado agostiniano desta cidade, no dia 08/06/1522. Assim, como seu superior Santo Tomás de Vilanova, sempre considerou sua entrada na Ordem como uma das maiores graças recebidas de Deus. Pregar e escrever foram suas principais atividades.
Ternamente devoto de Nossa Senhora, considerou toda sua atividade literária como fruto de um mandato direto de Nossa Senhora. Nomeado pregador da corte real espanhola, sua alegria era pregar para gente humilde e necessitada: hospitalizados, presos, religiosas etc. Ser missionário no México foi um de seus grandes desejos, embora a enfermidade não lhe tenha permitido. Amou intensamente a Ordem. Fundou conventos de agostinianos e agostinianas. A fraternidade, a simplicidade evangélica, o equilíbrio e a moderação na comunidade, foram a linha de sua vida religiosa.
Extraordinário asceta e místico, sofreu grande crise de secura espiritual de 1522 a 1551. Foi também assaltado por tentações de abandonar a vida religiosa. Morreu em Madri, desejando trabalhar mais pelas almas para imitar a Cristo, no dia 19/09/1591. Seus restos conservam-se na igreja agostiniana de Valladolid. Foi beatificado por Leão XIII em 1882. Foi canonizado por João Paulo II em 19/05/2002.
Nasceu em Algemesί, Valencia, Espanha, no dia 10/06/1887 no seio de uma família de agricultores profundamente cristãos. Teve um irmão e quatro irmãs religiosos. No dia 02/02/1905, Maria Josefa vestia o hábito agostiniano descalço em Benigánin (Valência) e no ano seguinte pronunciava seus votos. No convento, distinguiu-se por sua laboriosidade, silencio e espírito de pobreza. Foi priora durante um triênio e, ao estourar a guerra, desempenhava o oficio de mestra de noviças.
Em julho de 1936, teve que abandonar o convento, buscando refúgio na casa de sua mãe. Nela, encontravam-se já recolhidas suas três irmãs capuchinhas e todas juntas fizeram, durante alguns meses, vida autenticamente monástica, guardando a clausura, rezando o oficio divino e respeitando as horas de silêncio e recolhimento. No dia 19 de outubro desse mesmo ano, um grupo de milicianos se apresentou à casa para levar as religiosas. Sua mãe não quis se separar de suas filhas, e foram todas presas no convento cisterciense de Fons Salutis, convertido em prisão. No dia 25 de outubro, festa de Cristo Rei, carregaram-nas em um caminhão e, à entrada de Alcira, fuzilaram-nas uma após a outra. Os milicianos tinham pensado em começar pela mãe, mas esta desejou alentar suas filhas e rogou aos verdugos que começassem com suas filhas e, logo depois, seguiu-as no martírio.
Os primeiros missionários agostinianos chegaram ao Japão em 1602. Seu entusiasmo e seus sacrifícios não tardaram em dar fruto. O povo os ouvia com alegria e abundavam as conversões. A vida agostiniana atraίa os nativos, tanto que em poucos anos já havia religiosos, terciários e cinturados de origem japonesa. Mas logo estourou uma violenta perseguição contra os católicos. A prova foi terrível, mas a nascente Igreja japonesa a enfrentou com admirável valentia e fidelidade. Foram centenas de agostinianos e agostinianos recoletos, entre eles religiosos, cinturados e terciários que, entre 1617 e 1637, derramaram seu sangue por Cristo em meio a atrozes tormentos. A liturgia recorda um grupo beatificado por Pio IX em 1867, composto por Hermando de São José e seu catequista, o cinturado Andrés Yoshida, martirizados em 1617; o padre Pedro de Zuñiga, executado em 1622; o frei Juan Shozaburo, os oblatos Miguel Kiuchi Tayemon, Pedro Kuhieye e Tomás Terai; e os terciários Mancio Seizayemon e Lorenzo Hechizo, sacrificados em 1630; e, por fim, os padres Bartolomé Gutiérrez, Vicente de Santo Antonio e Francisco de Jesús, martirizados em Setembro de 1632.
Um segundo grupo de mártires está composto pelos recoletos Martίn de São Nicolau, Melchior de Santo Agostinho, queimados a fogo lento no dia 11/12/1632 e beatificados no dia 23/04/1989. Tinham viajado como voluntários da Filipinas ao Japão, a pedido dos padres Francisco de Jesus e Vicente de Santo Antonio, que já estavam presos.
A memória dos mártires japoneses testemunha a universalidade da vida agostiniana (procedem de quatro paises: Espanha, México, Portugal e Japão) e a comunhão de vida entre sacerdotes, irmãos e seculares agostinianos, assim como a comum herança das diversas famílias agostinianas.
Antonio Patrizi pertenceu à congregação observante de Lecceto, cujo centro era o ermo com o mesmo nome, situado às proximidades de Sena, do qual com razão se escreveu: “Lecceto, velho local de santidade.” O beato Antonio nasceu e viveu em Sena. Porém, é conhecido com o apelativo de Monticiano, porque morreu nesse ermo toscano (1311), enquanto se dirigia ao de Camerata para visitar seu irmão. Sua fama de santidade floresceu rapidamente. Em 1805, foi reconhecido seu culto em memória. A dimensão contemplativa da Ordem, que era quase exclusiva entre os grupos eremíticos anteriores à Grande União, alcançou especial auge nas monjas e em alguns religiosos e conventos particulares. As congregações observantes que surgiram a partir do século XIV e os movimentos reformistas dos séculos XVI e XVII enriqueceram a história de santidade da Ordem, acentuando a dimensão tão essencial da Espiritualidade Agostiniana. O ermo de Lecceto, origem e cabeça da primeira congregação observante, pode ser, pela sua história, um bom símbolo desta dimensão contemplativa.
Santo Tomás de Vilanova nasceu em Fuenllana (Ciudad Real), em 1486. Viveu seus primeiros anos em Vilanova de los Infantes, domicílio de seus pais. Eestudou em Alcalá de Henares, em cuja célebre Universidade foi aluno e professor. Não aceitou o convite para lecionar na outra, não menos célebre, Universidade de Salamanca. Mas foi para Salamanca a fim de entrar na Ordem, no convento de Santo Agostinho. Professou em 25/11/1517. Foi duas vezes Prior Provincial. Em 10/10/1544, foi nomeado Arcebispo de Valença, onde morreu no dia 08/09/1555. Distinguiu-se por sua ardente caridade, pela promoção dos estudos e pelo espírito missionário na Ordem e por sua incondicional entrega ao serviço da Igreja e dos pobres. Seus restos conservam-se na catedral de Valença.
Mateo Elias Nieves Castillo (San Pedro de Yuriria, México, 21/09/1982 - La Cañada de Caracheo, 10/03/1928). Nasceu de uma família de camponeses. Ao morrer seu pai, teve que assumir a obrigação de sustentar sua família. Em 1903, ingressou na Ordem de Santo Agostinho e, ao professar, mudou seu nome para Elias do Socorro em honra a Virgem do Socorro. Ordenado Sacerdote no dia 19/04/1916, foi nomeado pároco de Cañada. Quando o governo da nação, hostil à Igreja, mandou que os sacerdotes se retirassem das cidades, escondeu-se em uma gruta para não abandonar seus fieis, aos quais continuou ajudando material e espiritualmente. Descoberto e capturado pelos militares governamentais, foi assassinado no dia 10 de março, depois de ter abençoado os assassinos e distribuído entre eles suas bênçãos. Foi beatificado em 1997. No beato Elias, temos um exemplo de pastor zeloso e de intrépida testemunha da fé cristã em nossos tempos.
Maria Teresa Fasce (Torriglia, Gênova, 27/12/1881 - Cássia, 18/01/1947) pertencia a uma família nobre de Gênova. Ainda muito jovem, sentiu-se seduzida pela santidade de Rita de Cássia, canonizada em 1900, e quis seguir suas pegadas, ingressando no convento agostiniano de Cássia em 1906. Durante alguns anos, foi mestra de noviças e vigária do convento. Em 1920, aos 39 anos de idade, as religiosas a elegeram abadessa, cargo para o qual foi reeleita ininterruptamente até sua morte.
Era a “mãe” por antonomásia não somente para as monjas, mas também para todos que, por um motivo ou outro, aproximavam-se do convento. Dedicou sua vida a difundir, com perseverança e inteligência, o culto à Santa Rita, a cuja intercessão devia sua vocação. Deu início às obras que fizeram de Cássia um lugar de espiritualidade e caridade conhecido no mundo inteiro. Morreu serenamente no dia 18/01/1947, aos 66 anos de idade. Foi beatificada em 1997. Maria Teresa dedicou inteiramente sua vida a sua própria santificação e a dos demais.
Nasceu em Lagos (Algarve, Portugal) em torno do ano de 1360. Filho de pescadores, entrou na Ordem em Lisboa, em 1380. Grande teólogo, recusou o título de mestre em Teologia. Bom orador, gostava de ensinar catecismo às crianças, aos operários e aos pobres e ignorantes. Prior de vários importantes conventos, procurava servir, com amor, os irmãos nos trabalhos mais humildes. Tanto lhe importava servir como porteiro ou como cozinheiro. Bom calígrafo e decorador, escreveu vários livros corais. Morreu em Torres Vedras em 15/10/1422. Suas relíquias conservam-se na igreja ex-agostiniana de Santa Maria da Graça. Pio VI confirmou seu culto em 1778. Do comum dos santos homens: para religiosos.
Nasceu em 1611, perto de Nagasaki. Filha de cristãos martirizados, consagra-se a Deus e é guiada espiritualmente pelos beatos Francisco de Jesus e Vicente de Santo Antônio, agostinianos recoletos, que a admitem como terciária. Depois do martírio dos beatos, em 1632, permanece escondida nos montes, ajudando os cristãos afligidos. Em setembro de 1634, entrega-se aos juízes, proclamando-se cristã. Torturada de forma cruel, inamovível em sua fé, é pendurada no patíbulo, onde permaneceu viva durante catorze dias. Seu martírio causou grande impressão em Nagasaki. Todos se encomendavam à sua intercessão. Beatificada em 1981, foi canonizada por João Paulo II em 18/10/1987.
São Guilherme, chamado também São Guilherme, o Grande, ou de Malavalle, era natural da França. Depois de uma vida de pecados, converteu-se e entregou-se à vida eremítica, em vários lugares da Toscana. Morreu em Malavalle, perto de Castiglione della Pescaia (Grosseto), no dia 10/02/1157.
Amou intensamente a contemplação. Seus dois últimos discípulos, seguindo seu espírito, deram origem à Ordem de São Guilherme. Integrada na Ordem Agostiniana na união de 1256, separou-se no ano seguinte, permanecendo na nossa Ordem alguns de seus membros. Nossa Ordem começou a dar-lhe culto, já no século XIII.
O Beato João Bom tivera, também, uma vida dissipada e fora jogral da coorte. Cumprindo um voto que fizera para pedir a cura de uma enfermidade, retirou-se à solidão eremítica. Sua fama se espalhou e alguns devotos se uniram a ele. Assim nasceu sua Ordem, em Botriolo (Cesena). Morreu em Mântua a 16/10/1249, onde seu corpo repousa na igreja ex-agostiniana de Santa Inês.
Distinguiu-se por seu espírito de penitência, confiança em Deus e amor à Igreja. Sua Ordem passou a formar parte da Agostiniana na união de 1256. Seu culto foi permitido por Sixto IV com a bula “Licet Sedes Apostolica” de 1483. Por esta razão, seu nome entrou no Martirológio Romano. Seu ofício foi concedido à Ordem em 1672.
Agostiniano inglês. Foi martirizado em Cantuária, em 1539, provavelmente no dia 27 de dezembro. O motivo da execução foi sua corajosa e total repulsa em reconhecer Henrique VIII como chefe da igreja da Inglaterra.
João Stone afirmava, com coragem, que o rei “não podia ser cabeça da Igreja na Inglaterra e que somente um pai espiritual nomeado por Deus, isto é, o Papa, podia desempenhar esta função”. Foi inscrito no catálogo dos santos por Paulo VI, a 25 de outubro de 1970.
Nasceu em Palencia (Espanha), em 31/12/1905. No dia 02/01/1926, fez sua profissão solene na Ordem de Santo Agostinho, sendo ordenado sacerdote em 25/07/1930. Em 21/08/1931, foi enviado em missão com destino ao Brasil.
De espírito generoso, firme, espontâneo e desprendido, possuía especial sensibilidade para com os enfermos. Seus amores, em especial, foram a Eucaristia, Nossa Senhora, as crianças, os pobres e os enfermos. Foi beatificado no dia 05/11/2006, na Paróquia de Santo Agostinho, em São Paulo(SP) - Brasil.
Nasceu em 27/11/1438, em Mula, perto de Cattaro (V. Kotor, Iugoslávia). Entrou na Ordem como irmão não clérigo, com 30 anos de idade, depois de ter sido marinheiro, atraído pela pregação do grande orador agostiniano Frei Simão de Camerino, a quem ouviu em Veneza, cidade onde morreu no dia 08/11/1508. Distinguiu-se pela humildade, pelo amor ao trabalho, espírito de penitência e ardente amor à Eucaristia. Seus restos foram trasladados a Mula. Leão XIII confirmou seu culto em 1889.
Nasceu em Ratisbona, onde morreu a 29/11/1329. Entrou na Ordem como irmão não clérigo. Seus biógrafos ressaltam sua generosa obediência, sua delicadeza para com os irmãos, sua caridade para com os pobres e seu amor à Eucaristia.
Seus restos repousam na igreja agostiniana de Ratisbona. São Pio X confirmou seu culto em 1909. Do comum dos santos homens: para religiosos
1889.